domingo, 2 de maio de 2010

BULLYING

Domingo, 2 de maio de 2010, 3:15 h

Subitamente, acordei uma da madrugada. Liguei a TV e para o meu deleite estava passando o ALTAS HORAS, ano 10. Meu Deus, quanta cultura e informação útil eu recebi! Uma pena que esse tipo de programa passa tarde da noite... Os demais horários estão preenchidos por programas mais “populares”. Serginho Groisman está na minha lista de Brasileiros Admiráveis, mas este assunto é pra outro post... Os convidados eram Maria Gadú (tenho que baixar o Cd dessa fera, por enquanto conheço apenas Shimbalaiê) Ney Latorraca, Luciano Huck (mais um brasileiro admirável), a irmã do Ayrton Senna também estava lá, a Viviane Senna. Sou fã do Senna, nem tanto por gostar de fórmula 1, mais pelo SENNINHA mesmo, pelos projetos sociais. Quando criança lia muito gibi, entre os prediletos estavam a TURMA DA MÔNICA e o SENNINHA. Meu personagem "favolito"? Nem preciso dizer, rsrsrs... Certa vez, quando eu tinha oito anos, fui a uma peça teatral do Senninha. Após a peça foi sorteado um boneco do meu ídolo, uma pena eu não ter ganhado...

Ainda em relação ao programa ALTAS HORAS, entre os diversos assuntos abordados, o que mais me chamou a atenção foi a questão do Bullying. Já tinha visto uma reportagem da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias (Ano 48 nº 405, ABRIL 2010, pág. 14). Serginho Groisman expôs que o programa a partir de então estaria promovendo uma campanha contra o Bullying. Um homem da platéia se manifestou, disse que era professor de cursinho e que estava acostumado a lidar com jovens, e que a campanha deveria abordar também a questão do PRECONCEITO, muitos professores disseminam o preconceito e a discriminação através de piadinhas sobre homossexuais, loiras, português, nordestino e por aí vai... Sugestão pertinente, acredito que a essência do Bullying é o preconceito e a discriminação, a partir daí que surge esta prática que é tão antiga quanto a própria escola.

Segundo a matéria da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias, o termo estrangeiro Bullying é utilizado para denominar um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente (pra mim é muito evidente, discriminação e preconceito, não aceitar as diferenças), adotado por um ou mais alunos contra outro (s), causando dor, angústia e sofrimento.
A família tem um papel decisivo no desenvolvimento psíquico das crianças e dos adolescentes. É na família que acontecem as primeiras experiências sociais e são vivenciados valores que influenciarão as futuras relações estabelecidas por estes indivíduos. As crianças passam a reproduzir o modelo educativo familiar com o qual foram criadas. Percebe-se que, muitas vezes, o aluno que agride é vítima de um contexto familiar agressivo, tendo a violência como modelo e referência de relacionamento.
Costumo dizer que a família é uma forma de “I treinamento” para que o indivíduo tenha noção de como a sociedade funciona, sendo a escola o “II treinamento”. É na família que o indivíduo, cidadão em formação, tem, ou deveria ter o primeiro contato com regras de convivência. Com minha mãe aprendi a respeitar aos demais, aprendi que há horários e prazos a serem cumpridos, tarefas a serem executadas, aprendi a lidar com perdas, com vitórias, com as limitações no orçamento que impede que você tenha tudo o que quer. Aprendi a compartilhar os meus brinquedos, lá em casa era um vilotrol para três, depois, uma bicicleta rosa para três. Em casa você têm pessoas que te amam e que buscam compreender os seus erros, que são tolerantes até que você aprenda o correto.
No “II treinamento” as coisas começam a estreitar. A escola é uma minicidade. Na escola você tem que conviver com um número maior de pessoas. Nesse meio é preciso ser cultivado valores como a amizade, tolerância, solidariedade respeito, e cooperação. A competitividade constitui-se numa forte marca da nossa sociedade. Esta prática também é inerente ao contexto escolar e pode, muitas vezes, ser observada na prática pedagógica, no sistema de avaliação e na forma de utilização de seus resultados. A instituição de uma prática competitiva no contexto escolar pode gerar situações de agressão, entre elas o bullying, pois leva necessariamente à vitória de alguns alunos e à exclusão de outros. Considerando estes aspectos, a prática competitiva pode ser considerada uma violência da instituição escolar contra crianças e adolescentes, fazendo com que queiram sempre os melhores de qualquer jeito, mesmo assumindo práticas antissociais.
Outra coisa que defendo é o incentivo a criação Grêmio Estudantil nas escolas desde cedo, visto que é nele que a criança aprenderá o que é democracia, mas este assunto é pra outro post. É urgente que o bullying seja olhado não mais como um comportamento comum e inofensivo entre estudantes, mas como um fenômeno silencioso e violento que pode deixar marcas irreversíveis no psiquismo de indivíduos ainda muito jovens. Estudos no mundo todo mostram que, se o bullying não for contido em indivíduos ainda jovens, pode se instalar como comportamento aceitável e utilizado na resolução dos conflitos na vida adulta, levando-os a atitudes mais violentas. É preciso criar uma cultura contra o bullying e não contra os bullies (praticantes de bullying). Afinal, estes também são, em sua essência, resultados de um contexto de violência e, portanto, vítimas. A educação não é o único caminho para o combate ao bullying, mas é, sem dúvida, o mais importante, tanto pelo seu papel formador como pelo poder multiplicador que possui.
Serginho Groisman pode contar comigo! A matéria da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias é muito interessante, leiam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário