segunda-feira, 3 de maio de 2010

PROJETOS INACABADOS

Ainda domingo, 2 de maio de 2010. 6:32 h.


No primeiro post do blog afirmei que não quero mais saber de projetos inacabados em minha vida. Parando para analisar, tem tanta coisa que deixei para trás! Sempre gostei de desenhar e quem me conhece sabe disso, mas, com o passar dos anos fui deixando algo que me trazia tanta satisfação e elogios pra depois... A gente vai crescendo, assumindo outras prioridades.





Decidido, retornarei a desenhar! Quando era pequeno gostava de desenhar a Turma da Mônica, sonhava em trabalhar ao lado de Maurício de Souza. O meu personagem “favolito?” Não preciso nem dizer né? Pena que seus planos infalíveis para capturar um certo coelhinho azul nunca funcionassem para poder ser o dono da “lua”. Depois comecei a desenhar os personagens de Dragon Ball Z, meu personagem favorito é o Trunks...


E tocar violão? Acho tão interessante essa forma de expressar emoções e sentimentos... Acho muito bonito, principalmente mulheres, tocando violão. Mulheres pilotando moto, que praticam esportes, meu Deus, são muito atraentes...
E aquela mania de começar a ler um livro e não terminar? Outra coisa que não quero mais, a não ser que o livro não seja interessante de verdade.








Outra coisa que deixei pra trás foi a vontade de ser um ator. Esse desejo surgiu nem sei quando... Devia ter uns 8 ou 10 anos... Sei que foi no auge da novela "Chiquititas", do SBT, na época morava em São Paulo e procurei uma escola de teatro. Fiquei tão feliz em fazer o teste! Passei, mas quando contei pra minha mãe ela não gostou muito. Mesmo assim foi até a agência comigo e não demos continuidade ao meu sonho porque tinha que pagar uma taxa a escola de teatro, minha mãe não tinha condições... Mas agora, aos 22 anos, quem sabe? O que não quero mais é aumentar a minha lista de projetos inacabados...

SOLIDARIEDADE

―Posso ajudá-lo a carregar os livros?
―Pode sim, muito obrigado.

Na entrada da Biblioteca Municipal de Jequié avistei um Senhor que estava com dificuldades para carregar uma pilha de livros, propus-me a ajudá-lo prontamente. Ao chegar à recepção não tinha ninguém para atendê-lo. Ele queria fazer uma doação, ao saber disso perguntei-o se poderia escolher alguns livros, ele disse que sim, mais uma vez agradeceu-me e saiu apressadamente. Quantos livros interessantes! Escolhi três, os demais livros deixei no balcão. Quando ainda estava escolhendo os livros duas recepcionistas me abordaram.

―O Senhor conhece o Promotor Maurício?

―Não, não o conheço.

―Ele que chegou com esses livros?

―Sim, foi ele (os livros estão carimbados com o nome dele), são para doação, menos estes aqui, pois são meus.

Uma delas disse:

―Na certa ele aproveitou-se que não tinha ninguém na recepção e esta “pegando” (para não dizer, furtando) os livros. O Senhor não pode fazer isso.

―A senhora não sabe o que está dizendo... Cuidado com o que fala. A Senhora viu o promotor Maurício chegar com os livros e não viu que chegamos juntos? Ajudei-o a carregar os livros e ele me presenteou com os que eu quisesse escolher...

―Desculpe-me, não disse que você estava “pegando” os livros. Foi um mal entendido...

―Mas disse, cuidado com o que fala Senhora...

Virei às costas e sai feliz da vida por ter ganhado livros tão preciosos.

domingo, 2 de maio de 2010

BULLYING

Domingo, 2 de maio de 2010, 3:15 h

Subitamente, acordei uma da madrugada. Liguei a TV e para o meu deleite estava passando o ALTAS HORAS, ano 10. Meu Deus, quanta cultura e informação útil eu recebi! Uma pena que esse tipo de programa passa tarde da noite... Os demais horários estão preenchidos por programas mais “populares”. Serginho Groisman está na minha lista de Brasileiros Admiráveis, mas este assunto é pra outro post... Os convidados eram Maria Gadú (tenho que baixar o Cd dessa fera, por enquanto conheço apenas Shimbalaiê) Ney Latorraca, Luciano Huck (mais um brasileiro admirável), a irmã do Ayrton Senna também estava lá, a Viviane Senna. Sou fã do Senna, nem tanto por gostar de fórmula 1, mais pelo SENNINHA mesmo, pelos projetos sociais. Quando criança lia muito gibi, entre os prediletos estavam a TURMA DA MÔNICA e o SENNINHA. Meu personagem "favolito"? Nem preciso dizer, rsrsrs... Certa vez, quando eu tinha oito anos, fui a uma peça teatral do Senninha. Após a peça foi sorteado um boneco do meu ídolo, uma pena eu não ter ganhado...

Ainda em relação ao programa ALTAS HORAS, entre os diversos assuntos abordados, o que mais me chamou a atenção foi a questão do Bullying. Já tinha visto uma reportagem da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias (Ano 48 nº 405, ABRIL 2010, pág. 14). Serginho Groisman expôs que o programa a partir de então estaria promovendo uma campanha contra o Bullying. Um homem da platéia se manifestou, disse que era professor de cursinho e que estava acostumado a lidar com jovens, e que a campanha deveria abordar também a questão do PRECONCEITO, muitos professores disseminam o preconceito e a discriminação através de piadinhas sobre homossexuais, loiras, português, nordestino e por aí vai... Sugestão pertinente, acredito que a essência do Bullying é o preconceito e a discriminação, a partir daí que surge esta prática que é tão antiga quanto a própria escola.

Segundo a matéria da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias, o termo estrangeiro Bullying é utilizado para denominar um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente (pra mim é muito evidente, discriminação e preconceito, não aceitar as diferenças), adotado por um ou mais alunos contra outro (s), causando dor, angústia e sofrimento.
A família tem um papel decisivo no desenvolvimento psíquico das crianças e dos adolescentes. É na família que acontecem as primeiras experiências sociais e são vivenciados valores que influenciarão as futuras relações estabelecidas por estes indivíduos. As crianças passam a reproduzir o modelo educativo familiar com o qual foram criadas. Percebe-se que, muitas vezes, o aluno que agride é vítima de um contexto familiar agressivo, tendo a violência como modelo e referência de relacionamento.
Costumo dizer que a família é uma forma de “I treinamento” para que o indivíduo tenha noção de como a sociedade funciona, sendo a escola o “II treinamento”. É na família que o indivíduo, cidadão em formação, tem, ou deveria ter o primeiro contato com regras de convivência. Com minha mãe aprendi a respeitar aos demais, aprendi que há horários e prazos a serem cumpridos, tarefas a serem executadas, aprendi a lidar com perdas, com vitórias, com as limitações no orçamento que impede que você tenha tudo o que quer. Aprendi a compartilhar os meus brinquedos, lá em casa era um vilotrol para três, depois, uma bicicleta rosa para três. Em casa você têm pessoas que te amam e que buscam compreender os seus erros, que são tolerantes até que você aprenda o correto.
No “II treinamento” as coisas começam a estreitar. A escola é uma minicidade. Na escola você tem que conviver com um número maior de pessoas. Nesse meio é preciso ser cultivado valores como a amizade, tolerância, solidariedade respeito, e cooperação. A competitividade constitui-se numa forte marca da nossa sociedade. Esta prática também é inerente ao contexto escolar e pode, muitas vezes, ser observada na prática pedagógica, no sistema de avaliação e na forma de utilização de seus resultados. A instituição de uma prática competitiva no contexto escolar pode gerar situações de agressão, entre elas o bullying, pois leva necessariamente à vitória de alguns alunos e à exclusão de outros. Considerando estes aspectos, a prática competitiva pode ser considerada uma violência da instituição escolar contra crianças e adolescentes, fazendo com que queiram sempre os melhores de qualquer jeito, mesmo assumindo práticas antissociais.
Outra coisa que defendo é o incentivo a criação Grêmio Estudantil nas escolas desde cedo, visto que é nele que a criança aprenderá o que é democracia, mas este assunto é pra outro post. É urgente que o bullying seja olhado não mais como um comportamento comum e inofensivo entre estudantes, mas como um fenômeno silencioso e violento que pode deixar marcas irreversíveis no psiquismo de indivíduos ainda muito jovens. Estudos no mundo todo mostram que, se o bullying não for contido em indivíduos ainda jovens, pode se instalar como comportamento aceitável e utilizado na resolução dos conflitos na vida adulta, levando-os a atitudes mais violentas. É preciso criar uma cultura contra o bullying e não contra os bullies (praticantes de bullying). Afinal, estes também são, em sua essência, resultados de um contexto de violência e, portanto, vítimas. A educação não é o único caminho para o combate ao bullying, mas é, sem dúvida, o mais importante, tanto pelo seu papel formador como pelo poder multiplicador que possui.
Serginho Groisman pode contar comigo! A matéria da revista Mundo Jovem, um jornal de idéias é muito interessante, leiam.