―Posso ajudá-lo a carregar os livros?
―Pode sim, muito obrigado.
Na entrada da Biblioteca Municipal de Jequié avistei um Senhor que estava com dificuldades para carregar uma pilha de livros, propus-me a ajudá-lo prontamente. Ao chegar à recepção não tinha ninguém para atendê-lo. Ele queria fazer uma doação, ao saber disso perguntei-o se poderia escolher alguns livros, ele disse que sim, mais uma vez agradeceu-me e saiu apressadamente. Quantos livros interessantes! Escolhi três, os demais livros deixei no balcão. Quando ainda estava escolhendo os livros duas recepcionistas me abordaram.
―O Senhor conhece o Promotor Maurício?
―Não, não o conheço.
―Ele que chegou com esses livros?
―Sim, foi ele (os livros estão carimbados com o nome dele), são para doação, menos estes aqui, pois são meus.
Uma delas disse:
―Na certa ele aproveitou-se que não tinha ninguém na recepção e esta “pegando” (para não dizer, furtando) os livros. O Senhor não pode fazer isso.
―A senhora não sabe o que está dizendo... Cuidado com o que fala. A Senhora viu o promotor Maurício chegar com os livros e não viu que chegamos juntos? Ajudei-o a carregar os livros e ele me presenteou com os que eu quisesse escolher...
―Desculpe-me, não disse que você estava “pegando” os livros. Foi um mal entendido...
―Mas disse, cuidado com o que fala Senhora...
Virei às costas e sai feliz da vida por ter ganhado livros tão preciosos.
Quero um emprestado, pois voltei a meu mai vício. Abraço.
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